Noções de qualidade da pesquisa são contextuais em muitos aspectos: variam entre campos de pesquisa, entre contextos de revisão e entre contextos políticos. No entanto, o papel dessas noções coexistentes na pesquisa e na política de pesquisa é mal compreendido. Neste artigo oferecemos um novo quadro para estudar e entender a qualidade da pesquisa em três dimensões-chave. Em primeiro lugar, distinguemos entre noções de qualidade que se originam em campos de pesquisa (tipo campo) e em espaços de política de pesquisa (tipo espaço). Em segundo lugar, com base em estudos existentes, identificamos três atributos (muitas vezes) considerados importantes para ‘boa pesquisa’: sua originalidade/novidade, plausibilidade/confiabilidade e valor ou utilidade. Em terceiro lugar, identificamos cinco locais diferentes onde noções de qualidade da pesquisa emergem, são contestadas e institucionalizadas: pesquisadores em si, comunidades do conhecimento, organizações de pesquisa, agências de financiamento e arenas de política nacional. Argumentamos que o quadro nos ajuda a entender processos e mecanismos através dos quais a “boa pesquisa” é reconhecida, bem como as tensões decorrentes da coexistência de noções de qualidade (potencialmente) conflitantes.