O que significa para um povo colonizado conquistar o seu autogoverno?
Esse é o pensamento que norteia Mahatma Gandhi em 1908, quando ele retorna da África do Sul para a Índia, ambas colônias do Império Britânico. Subjugada por interesses comerciais, Gandhi contesta a visão de que sua terra natal seria um submundo, uma periferia do mundo que estava sendo redimida pela ótica protestante dos britânicos. A Índia já exista milênios antes da chegada dos europeus e assim continuaria, com suas características próprias.
No prefácio à quinta edição, utilizada como base para esta tradução, Gandhi adverte que as visões retratadas nesse livro já não representavam integralmente sua ideia de como a independência deveria acontecer. No entanto, esse material, inédito em português e sendo o primeiro dos oito livros essenciais para entender o pensamento de Gandhi, revela as bases para o movimento pacifista que influenciou o mundo inteiro, especialmente as Américas do Sul e do Norte.
Esta edição em português conta com mais de 70 comentários que ajudam a contextualizar os eventos e as pessoas citadas no texto de Gandhi, de modo que o leitor brasileiro do século XXI possa ter uma visão mais ampla do cenário em que o livro foi escrito e publicado.
Índice:Nota à quinta ediçãoPrefácio à quinta ediçãoResposta aos críticosCapítulo I: O Congresso e seus oficiaisCapítulo II: A divisão de BengalaCapítulo III: Descontentamento e agitaçãoCapítulo IV: O que é Swaraj?Capítulo V: A condição da InglaterraCapítulo VI: CivilizaçãoCapítulo VII: Por que a Índia se perdeu?Capítulo VIII: A condição da ÍndiaCapítulo IX: A condição da Índia – ferroviasCapítulo X: A condição da Índia – os hindus e os maometanosCapítulo XI: A condição da Índia – advogadosCapítulo XII: A condição da Índia – médicosCapítulo XIII: O que é a verdadeira civilização?Capítulo XIV: Como a Índia pode se tornar livre?Capítulo XV: Itália e ÍndiaCapítulo XVI: Força brutaCapítulo XVII: Resistência passivaCapítulo XVIII: EducaçãoCapítulo XIX: MáquinasCapítulo XX: ConclusãoApêndicesAlgumas referênciasTestemunhos de homens eminentes
“Na minha opinião, é um livro que pode ser colocado nas mãos de uma criança. Ensina o evangelho do amor no lugar do evangelho do ódio. Substitui a violência pelo autossacrifício. Ele coloca a força da alma contra a força bruta.”
“É uma marca da sabedoria não chutar contra o próprio degrau através do qual subimos mais alto. A remoção de um degrau de uma escada derruba o todo. Quando, da infância crescemos para a juventude, não desprezamos a infância, mas, pelo contrário, lembramos com carinho os dias de nossa meninice. Se, após muitos anos de estudo, um professor me ensinasse alguma coisa, e se eu desenvolvesse um pouco mais sobre os fundamentos estabelecidos por esse professor, eu não seria, por isso, considerado mais sábio que o professor. Ele sempre comandaria meu respeito.”
“É um mau hábito dizer que os pensamentos de outro homem são ruins e os nossos apenas são bons e que aqueles que têm opiniões diferentes das nossas são os inimigos do país.”
“Enquanto um homem está contente com a sua sorte atual, é difícil persuadi-lo a sair dali. É por isso que toda reforma deve ser precedida de descontentamento. Jogamos fora as coisas que temos apenas quando deixamos de gostar delas.”