Amar é sofrer. Não amar também é sofrer. Se são a mesma coisa, por que não amar?
Sensual, mística, densa, crítica, madura, atual e inusitada são apenas alguns adjetivos para esta coletânea de poemas de amor. Amor na sua forma ampla. Como o amor de Penélope por Ulisses/Odisseu, na mitologia grega. Ou como o amor à beleza de Aschenbach, na obra de Thomas Mann. Amor nas suas fases alegre e triste, de depressão e de euforia. Amor escandaloso, amor secreto, amor proibido. Amor das coisas simples. Amor a uma árvore.
Passaram-se 21 anos desde a publicação do último volume de poemas pelo autor, em 1998.
É uma obra não planejada, nascida de uma grande angústia, de uma urgência extrema, de um ímpeto carregado de emoção e do desejo de encontrar a felicidade por meio do amor. São 185 poemas de leitura fácil e fluida, construídos para serem recitados em voz alta, com rimas internas e abusando de recursos de estilo. Alguns são pequenas histórias. Foram escritos ao longo de 14 meses, especialmente após uma visita ao Recife, que é homenageado através do título.
Os poemas oferecem várias leituras, estão permeados de símbolos. Fazem referência a diversos estilos literários, a diversos tempos e culturas. Vão direto ao ponto, mas carregam verdades sutis.
Geograficamente, espalham-se entre São Paulo, Ilha de Páscoa, Grécia, Recife, Jericoacoara, Belém do Pará e Santarém. Alguns foram escritos em pleno voo, como se Ícaro se tivesse transformado em poeta. Os poemas seguem num crescendo para o Norte, como se houvesse um polo magnético que atraísse a atenção do autor para lá, e misturam-se de forma fantasiosa com as próprias andanças do autor ao longo do ano de 2019.
É um livro em construção contínua, como o amor que sentimos por alguém. Uma leitura perfeita para corações sensíveis.