Quando o homem fala sobre si, fala sobre comunidade, fala acerca do que lhe é próprio, fala do homem para o homem, sobre o homem.Quanto a isso, no confronto das ideias, dos grandes teóricos, vemos Max Weber, que nega a possibilidade de pensar a existência social como um todo com lógica própria, ao passo que Emily Durkheim defende o bem comum como o planejamento imparcial da vida social. De qualquer maneira, gente é gente e continuará sendo quer por sua porção gregária continuada e infinita, quer por sua carência eterna de outros seres humanos.Por este viés nasce e floresce a Polícia Comunitária como a única via de solução para as questões próprias dos conflitos sociais quando as demais instituições de base se veem fragilizadas ou já capitularam.Ao mesmo tempo, o que deve ficar ensolaradamente claro é que pensar polícia comunitária somente para agentes estatais é minimizar qualquer oferta de levar esta ou aquela comunidade a raciocinar em torno de si mesma como ente capaz. O alvo, de fato, é ter o ser policial tão somente como facilitador dos trabalhos ou mediador.Detalhe mais do que importante sobre o tema é que só persiste o conceito de Polícia Comunitária em sua largueza quando predomina o Estado Democrático de Direito – privilégio nosso, prerrogativa do Brasil.Assim, na prática, se alguém deseja ser um policial comunitário, e aí se pode esticar o termo mencionando ‘para aqueles que são agentes de segurança de carreira como para qualquer cidadão de bem do povo’, antes pergunte a si mesmo o quanto gosta de gente, de povo, e então encontrará a resposta que procura.Por fim, o realce dado à perspectiva de polícia comunitária – que não pode nem deve ser pequeno –, deve encontrar tradução livre quase como um sentimento religioso ou espiritual ou, exageradamente, transcendental, do que, ao contrário, os alvos se tornarão distantes, imperceptíveis e pouco a pouco de pouco valor. Há de se pensar em polícia comunitária como “conversão”, sim, sob pena de uma desaceleração continuada até a parada final. E tudo recomeça!