O rap é compromisso,não só nas rimas de Sabotage. As desigualdades sociais, direitos negados pelo Estado, racismo e cotidiano de violência e privação da população da periferia são escrachadas no rap desde as primeiras rimas feitas. No Brasil, o elemento musical da cultura Hip Hop tem sido desde os anos 1980 um instrumento de reivindicação e conscientização da periferia, além de ser uma arte legítima e com uma linguagem própria da população preterida. O legado do rap alcança cada vez mais grupos, gêneros e minorias e se mantém fiel à sua essência: ser a voz e a vez da periferia. Neste livro-reportagem são contadas histórias de quem salva e foi salvo através das rimas e melodias, além de quem foi tocado pelo poder desse som. Documentos como este são de suma importância para que a sociedade veja o Hip Hop e seus elementos como um movimento importante. Além disso, ainda há preconceitos quanto à legitimação dos elementos do Hip Hop, que inclui também o grafite e o break, como artes que precisam ser discutidos e revisados. O rap vem para plantar a semente, causar a dúvida e a confusão na mente e escancarar para onde haja ouvidos: a salvação vem pelo amor, pela dor, pelo ritmo e pela poesia.