Os textos organizados pela Professora Olga e que aqui se apresentam em forma de capítulos são um verdadeiro ensinamento, um questionamento e sobretudo um alerta para o autocuidado, porque somos nós mulheres por vezes também reprodutoras, inadvertidamente, de uma cultura patriarcal que faz da maternidade ou da feminilidade um local de tolerância da violência ou de opressão, em razão de um famigerado instinto de superproteção do “fragilizado” gênero homem.Isso justifica em parte o fato de integrarmos, até hoje, um circuito pendular precário de proteção, que até o momento não conseguiu se consolidar no âmbito das instituições, pois nem toda a opressão é denunciada, a exemplo do assédio moral no trabalho, assim como nem toda a opressão é recebida de forma legítima e adequada ao caso.Nesse ponto, podemos afirmar que somos vítimas e opressoras-res, e é por isso que temos muito ainda a aprender, tamanha é a atualidade dos temas nesta obra enfrentados.E justamente por termos muito ainda a ajustar é que esta bela obra chega a nossas mãos para lembrar a necessidade de constante vigilância, a fim de que as ações sejam insistentemente voltadas para a prevenção e proteção, sobretudo de – e entre – nós mesmas.Por fim, prefaciar essa obra na condição de mulher e mãe de um menino, para uma querida amiga mulher e também mãe de um menino, Professora Olga, constitui-se não só em um grande presente como também o registro de uma bela comunhão, aquela que nos leva juntas ao mesmo instante, um tempo em que a nossa cidadania, paritária e fraterna, seja sobretudo plena. Na linha dos textos aqui construídos, não aceitamos apenas o ideal: queremos o possível.
1. DESIGUALDADE DE GÊNERO NA DISTRIBUIÇÃO DE TRABALHO PRISIONAL 2. CONSTITUCIONALISMOS PARA ELAS: BREVES APONTAMENTOS SOBRE OS MOVIMENTOS CONSTITUCIONAIS E OS DIREITOS DAS MULHERES3. A PROTEÇÃO DA GESTANTE E A SUA REALIDADE NO RETORNO AO TRABALHO 4. GÊNERO E REPRESENTATIVIDADE: UMA ANÁLISE DAS PROPOSIÇÕES LEGISLATIVAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 5. TRABALHADORAS RURAIS COMO IMPULSORIADORAS DA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL6. A VULNERABILIDADE DA MULHER DIANTE DO PADRÃO DE BELEZA NA SOCIEDADE DE CONSUMO CONTEMPORÂNEA7. (DES) IGUALDADE DE GÊNERO ANTE A REFORMA PREVIDENCIÁRIA 8. REFLEXÕES SOBRE DESIGUALDADE DE GÊNERO E A QUESTÃO DA CULPA, DE KARL JASPERS