“O Mundo apresenta-se, hoje, um autêntico labirinto de onde o homem muito dificilmente sairá sem suportar milhentas hecatombes. Dir-se-á, que cada vez mais se navega em direção do genial, do omnipotente, mas cada vez mais também, tomamos consciência de que esta linha traçada com contornos de autenticidade, não é senão, uma grande viagem onírica (um filme sem cor), porquanto dificilmente chegar-se-á de olhos abertos, ao reino multicolor dos deuses maiores.Tudo ao nosso lado é intempérie, desgosto, mágoa, saudade. A Vida, dia após dia, toma contornos do domínio do incrível. Esta viagem prova ser, qual oásis perdido, pela mão daquele (Homem) que a semeou com força e que mercê do desmesurado desejo de chegar além dos contornos estabelecidos – querendo mesmo crescer para o sucesso rápido, sem preocupações de atropelo – vai cavando, dia após dia, aquele reino insípido onde a voz se perde e onde o canto dá lugar ao arrepio.Tudo é incrivelmente inóspito – à esquerda e à direita – do individuo porque o Homem já esqueceu que agora «existe, logo pensa». “