O Culto da Ilusão das Formas chega no formato digital não apenas para constituir um documento a mais no debate teórico, político e ideológico dos partidos do campo socialista e revolucionário. Editar e lançar nesse formato se impôs como uma necessidade política provocativa diante de uma esquerda fracionada já no culto das formas ilusórias de práticas cada vez mais auto-referentes e auto-indulgentes. A rigor, essa esquerda não debate teoricamente, dado que pensa e age de modo institucionalmente insular, seja por via de seus grupos nos partidos abertos às correntes político-ideológicas, seja por via do controle de uma elite burocrática nos partidos organicamente centralizados, como o PSTU e o PCB. Não é fortuito que seus dilemas políticos e recalques ideológicos contemporâneos sejam, em essência, da mesma natureza teórica idealista e radical que há décadas (talvez desde as primeiras formulações de uma “teoria da revolução” brasileira) marca passo numa retórica e prática políticas ingênua e inerte para si e em si.