Foi-se o tempo em que metrópole mandava diretamente nas posses externas. A norma nasce hoje no Primeiro Mundo para alcançar as periferias via organismos internacionais. O imperialismo moderno é, pois, triangularizado e multilateralizado. Nisso, difere do modelo clássico. Mas, como todo fenômeno de dominação, o globalismo configura um sistema de produção e distribuição de riquezas a favorecer alguns polos em detrimento dos outros. Diz quem produz ou quem ganha, quem obedece e quem manda, quem trabalha ou quem se aproveita. E exatamente como qualquer forma de colonialismo, gera a racionalização a garantir a própria legitimidade e justificativa.
Gayismo, feminismo, abortismo, gênero, minoria, garantismo penal, antiocidentalismo, alarmismo climático, internacionalismo, antipatriotismo, indigenismo, direito-do-homemismo, antinatalismo e outros ismos a compor o imaginário mundialista não emanam do Brasil profundo. São, isto sim, invenções alienígenas a atropelar o ambiente de casa com a ajuda de forças políticas e financeiras de fora.
O dinheiro carrega as ideias pelo mundo. De sorte que a distração evocada toma corpo na academia americana para tomar carona no dólar e penetrar o ambiente pátrio com a cooperação proativa da mídia, da escola, das novelas, dos movimentos sociais, das ONGs … e justamente do Ministério Público que tem revezado o pacote com fervor religioso.
Promotor de Justiça – salvo casos atípicos – abandonou o combate à criminalidade de há muito. Deixou de correr atrás de bandido e corrupto para fomentar parada gay e colapso de família ao mesmo tempo. Sem sabê-lo, por sinal. Pois, nunca teve consciência do fato. Operou antes como inocente útil de uma intenção geopolítica maior que o próprio entendimento. Por carência de formação filosófica, talvez. Ou simplesmente por falta de maturidade humana. Porém, não por desvio de missão, pois cumpriu exatamente a parte que lhe cabia no projeto.
É fruto da Carta Magna de 1988. E esta formalizou o fito de geminar o País à governança mundial, criando os instrumentos para tanto. Idealizou então um Quarto Poder desimpedido, imune às cobranças do voto e disposto a usar a autoridade do Estado para reprogramar corações, mentes, comportamentos e leis em conformidade com os ditados do global-esquerdismo.
O design constitucional não dá base para o totalitarismo dos últimos anos, contudo. Tem sim tonalidade coletivista e minimiza a ética individualista da tradição romano-germânica para abraçar os direitos difusos. Mas a década de 1980 desconhecia o quebra-cabeça ideológico do mundialismo. Diversidade sexual era ficção, e Mãe Gaia nem existia. De maneira que o Ministério Público não nasceu com a alçada que se arroga hoje em dia. Mas, de pouco soube fazer muito. E, no meio do caminho, usurpou sempre mais poderes e competências.
Eis a hipótese que a presente obra confronta com a realidade dos fatos, analisando a gênese da Criatura, a evolução doutrinária, a prática, o discurso, os posicionamentos, a jurisprudência, as opções políticas, as preferências culturais e as escolhas antropológicas.