Este livro propõe uma reflexão crítica sobre a mobilização internacional orquestrada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas contra a pirataria somali. O argumento central do livro é que a pirataria somali foi submetida a um processo de securitização, o que explica a sua prioridade na agenda internacional de segurança e o tratamento de excecionalidade dado ao problema. Esse processo faz com que a resposta internacional se oriente para medidas coercivas de curto impacto, inibindo, em razão dessa lógica predominante, uma abordagem transformativa capaz de prover respostas mais sustentáveis para o problema. Adotando uma visão construtivista social, uma abordagem analítica eclética e a orientação metodológica da teoria crítica, esta proposta visa contribuir para o debate académico no âmbito dos Estudos Críticos de Segurança e Estudos para a Paz, oferecendo uma perspetiva reflexiva que questiona os limites e as fragilidades da abordagem centrada no uso da força que tem prevalecido na estratégia internacional de contenção da pirataria.