Uma mulher com seu corpo e desejo represados nos afazeres domésticos. Submersa em uma rotina familiar sufocante, foge-lhe da lembrança o que é ser ela. O que fazer quando parece não bastar estar casada com o amor de sua vida e ter ao lado filhos brilhantes? Uma mulher em busca de si mesma, do prazer ainda desconhecido e da potência de agir. Ao passar a frequentar, despretensiosamente, aulas de filosofia, um encontro mudará o seu destino. Encontrará aquele que com o olhar exigirá que ela olhe para si e busque a dúvida nos rastros de realidade a sua volta. O que pode o seu corpo? Ao afetar e ser afetada pelo novo que a cerca. O livro faz pensar em muitas coisas sobre nós mesmos, na finitude da vida, sobre escolhas, sobre identidade. Principalmente sobre a identidade da mulher mãe que muitas vezes precisa ser reconstruída, recriada. Precisa talvez dissociar-se das outras identidades da casa, dos filhos, do marido, porque em algum momento essa mulher não consegue ver fronteira entre as outras pessoas da casa e ela mesma. Ao mergulhar na filosofia de Spinosa e a partir das afecções com essa nova pessoa em sua vida, ela olhará para sua rotina de uma perspectiva diversa, o caos que invadirá sua existência provocará intervalos e, entre uma fuga e outra, ela se conectará com seu destino.