Naquele ermo onde apenas a voz do vento sibilava em meus ouvidos, eu caminhava sozinho com meus pensamentos, tiritando de frio em uma manhã de primavera. Minhas mãos nas luvas insistiam contra a baixa temperatura, buscando um pouco de calor com a movimentação dos dedos. Os pés, bem aconchegados em meia de lã de alpaca dentro de botas, igualmente confortáveis, iam me levando, passo a passo, em direção àquelas montanhas eternamente nevadas onde os cumes pareciam se encontrar com o céu. Um cenário magnífico à imagem do Criador. Sentia em meu íntimo que eles me chamavam, pois queriam mostrar a mim que naquele lugar estava a nascente das primeiras águas de meu grandioso e admirado Amazonas. Ali escondido estava o tesouro que eu tanto quis encontrar. […]