Procuramos, nesse livro, perguntar, estudar, pesquisar de maneira participativa, discutir, concordar, discordar, alinhar objetivos e propor caminhos e alternativas, com o cidadão no centro da questão, participando ativa e proativamente para expressar seus anseios e necessidades. O que queremos para nossa vida em cidades? O que nós podemos fazer, o que está ao nosso alcance, como planejar, projetar e construir ambientes produtivos, inclusivos e facilitadores do bem-estar das pessoas? Qual é a motivação para essas cidades e o que prometem aos seus cidadãos? O que significam as promessas de cidades felizes e inteligentes? Como podemos contribuir para promover cidades que fazem uso inteligente dos recursos e das tecnologias disponíveis e também promovem a felicidade de seus cidadãos? Nosso objetivo é analisar os conceitos e a situação atual das chamadas “cidades inteligentes” e das “cidades felizes” e como ambos os conceitos, isolados, podem ser considerados incompletos, além de tentar provocar o pensamento crítico a partir desses questionamentos. Apresentamos, então, uma proposta metodológica de conexão e convergência entre essas denominações, detalhando dimensões e indicadores de análise que consideram, além dos espaços físicos, a dimensão humana.Iniciamos fazendo um breve tour pela história das cidades, revisamos a trajetória das organizações dos aglomerados humanos, passamos por diferentes abordagens das cidades, chegando até os tempos atuais, com a influência da tecnologia na sociedade e no espaço urbano.Em seguida, discutimos “felicidade”, conceitos, controvérsias, papel do cidadão e dos gestores nas decisões sobre a cidade e os espaços urbanos, diversidade sócio-econômico-cultural e felicidade como indicador de prosperidade e desenvolvimento. Recorremos a exemplos concretos em diferentes países, para ilustrar cidades consideradas inteligentes e felizes. Justificamos e propomos a convergência dos conceitos de “Cidades Inteligentes” e de “Cidades Felizes”, demonstrando uma metodologia de análise dos espaços e proposição de soluções visando o uso mais adequado dos recursos disponíveis (naturais, tecnológicos, econômicos e humanos) e a promoção da felicidade de seus usuários/cidadãos. Apresentamos as dimensões e indicadores concebidos com base em diversos indicadores já consolidados, mas que consideramos incompletos para análise dos espaços urbanos e de seus cidadãos, quando usados isoladamente. Em seguida, relatamos um estudo piloto demonstrativo dessa metodologia para melhor entendimento de sua aplicação.