Escrever um conto, ao contrário do que se pensa, não é exatamente a tarefa mais fácil. Nunca imaginamos o quanto pode ser complicado encontrar o poder de síntese para contar uma história de forma clara, direta e mesmo assim, escolher a quantidade certa de detalhes passar para o leitor.Escrevemos por que queremos transmitir algo por vias sutis de comunicação além da palavra em si.A natureza sombria da maioria dos contos é um capricho. O terror brinca não só com os medos e aflições, não só transmite as sensações desagradáveis, desafiando a resistência mental de um leitor. Ele também é uma espécie de reflexão sobre a própria natureza. Até onde suporto escrever, perdoando a minha própria imaginação por investigar e até mesmo admirar a crueldade? Gosto de imaginar alguma espécie de natureza crua da humanidade em seu lado mais secreto. Criaturas fantásticas podem servir como uma boa metáfora para tal natureza, mas o confronto real consiste, pelo menos para mim, em não permitir que o fantasioso se torne catalisador de uma emoção negativa intrínseca. Claro, eles aparecem, mas não como fonte de tal natureza, e sim como manifestação da natureza humana. Há sempre alguma reflexão, um conteúdo obscuro, um ponto secreto no padrão do pied-de-poule da imaginação em conto de horror.Espero com isso que a imaginação do leitor seja estimulada, e que seja divertido observar como os demônios e monstros brotam naturalmente da natureza de cada um dos personagens."Monstros existem e fantasmas também. Eles vivem dentro de nós e, às vezes, eles vencem." (Stephen King)Leia mais