Este livro investiga, antes de tudo, a relação entre autoria, autoridade e filosofia; em busca de uma visão crítica do mundo, no esforço de quebrar falsos e confortáveis paradigmas, com os seus discursos (e discursadores) oficiais.
É um relato suavemente detalhado, e aos poucos nos conduz a uma tempestade de reflexões aceleradas, convites ao debate e à introspecção. Sentimentos secretos são desnudados; fortes discussões, levantadas.
Com arte, beleza e coragem, questiona a triste realidade da Filosofia, na Academia de hoje, e investe contra suas versões, dogmas e sistemas de ensino. Muitas vezes, arranca sorrisos do leitor; mas também traz vertigem e confusão, na loucura relativa que dividimos.
Não menos excitante é a habilidade do autor ao transcrever sentimentos e ao questionar o óbvio, o que transforma a leitura em uma viagem, louca e sensual, para dentro de si mesmo.
(Grace Maya)
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Todo discurso é vazio, na medida em que toda comunicação é uma concessão: eu concedo me expressar, até onde quero ou posso. Você, até onde se dispõe, concede me entender. Vivemos uma impressão de comunicação, quando, na verdade, dizemos muito pouco.
Somos nivelados pelas palavras. Um sábio e um homem tolo falam, com iguais direitos de uso da linguagem. Como discernir? Qual a conseqüência dos discursos e afirmações, se compreendemos ou se ignoramos o que é dito? Quem é que diz o quê? Por que motivo o faz? Quem é dono da língua? O que se esconde por trás da norma culta?
No contexto da sociedade da informação e do espetáculo, este livro busca derrubar a impressão de que, na modernidade, nós nos entendemos. É mentira. A cada dia, mais elementos provocam falhas e ruídos em nossa comunicação, como distrações, conveniências, desastres, diferenças sociais, egoísmos e relações de poder, entre outros.Reflete, ainda, sobre a história das idéias e ideologias, o papel da ciência e das religiões, num esforço de resgatar a vocação original da filosofia: apresentar uma ferramenta para o bem-viver, para a transcendência, a cura, o autoconhecimento, a liberdade de expressão política e a comunicação verdadeira.
(O autor)