O período em que Santa Macrina viveu (c. 325-380) foi marcado pela disputa entre diversas correntes de pensamento no cristianismo. Religião perseguida por vários imperadores romanos, especialmente por Diocleciano (284-305), o cristianismo foi aceito a partir de 313 (Edito de Milão), durante o reinado de Constantino (306-337). As grandes questões que ocupavam as almas de então eram a Criação, a natureza de Cristo e sua relação com o Pai e o Espírito Santo. Ou seja: o alicerce do cristianismo, a Santíssima Trindade.
Macrina era a filha mais velha de dez irmãos. Nasceu na Cesaréia, na Capadócia, outrora um reino independente e província do Império Romano a partir de 14 d.C. Situados em torno do rio Halys — fronteira natural entre a Ásia Menor romana e as regiões interioranas —, o arcebispado de Cesaréia formava, ao lado de Nissa (bispado), uma área fortemente cristianizada a partir de 325. Sua família pertencia a um segmento da aristocracia helenizada da Ásia Menor que prontamente aceitou o cristianismo.