A cultura do “desenvolvimento pessoal” têm causado um dano à humanidade semelhante ao das religiões e das ideologias, através do mesmo mecanismo: incutir culpa.
Religiões incutiram culpa por comportamentos inofensivos, como fazer sexo e comer. Ideologias políticas fizeram crer que enriquecer é uma maldade, ou ainda que as pessoas deveriam se sentir culpadas por atributos inatos, como ser “homem, branco, heterossexual, cisgênero e de classe média”.
O novo “pecado” é a vida medíocre. Tanto as publicações mais vendidas no mercado editorial quanto as redes sociais colaboram para um sistemático massacre de quem vive “na zona de conforto”, “aquém de suas possibilidades”, “sem definir metas”, “como se estivesse morto”.
É preciso resgatar a dignidade dos medíocres. A discriminação contra pessoas que não se enquadram no padrão de “fodeza” em voga é uma cultura de ódio disfarçada, que causa depressão, infelicidade e suicídios.
Chega de incutir culpa pelo que não é errado. Isso precisa acabar. Os gurus da fodeza precisam ser rejeitados.