Esta obra da escritora Valéria Xavier traz uma miscelânea de textos memorialistas entre eles, a prosa poética de suas crônicas e também o seu lado poético quando nos deparamos com seus poemas. No entanto o foco maior se dá quando ela As partidas, as ausências, o vazio, são assim também sinais da felicidade que fazem a vida dessa mulher que, na dúvida parece muito ciente de si, muito senhora do seu tempo. A consciência de sua autoestima como filha, irmã, mulher, esposa, mãe e avó aparecem o tempo todo na sua literatura, como um revelar de consciência, mesmo quando reclama da falta, mesmo quando chora.Transforma suas memórias num texto romanceado onde fala sobre sete irmãs. Daí o título do livro. A convivência com a poesia faz surgir uma coisa nova na sua literatura, um sentimento mais afinado com a emoção mesclando alegria com tristeza, tranquilidade com ansiedade, amor com desespero. Mas também há a saudade do presente que está ausente. Em “A saga de sete mulheres “o olhar feminino da autora, como uma das sete mulheres, reflete a singularidade de uma pessoa emocionalmente comprometida com o afeto do seu círculo afetivo, mas também singeleza de uma vida, como um permanente caleidoscópio que se transforma, desde a ancestralidade de Camocim de São Feliz, para Bezerros, para Recife, para Campina Grande. Esta consciência de si se completa em seu livro pelo posicionamento crítico e político diante da precariedade e da falta de compromisso do sistema de educação pública, onde inscreve seu métier como mestra, inclusive com a falta de estrutura e com os salários de fome dos professores. Escrever sobre isso supera os limites de uma tradição de passividade que têm caracterizado grande parte das pessoas comuns, revelando uma literatura engajada. Isso também se demonstra em sua crítica à desastrosa campanha do Ministério da Educação contra a homofobia, revelando que para além de sua sensibilidade como educadora, seus textos revelam o seu respeito às diversidades que devem marcar as sociedades democráticas, atestado do mais alto nível de consciência e compromisso político. Não se pode deixar de remarcar ainda na postura política que aparece neste livro, uma posição ativista com relação aos desmandos da política revelados na sua crítica a desvios de conduta, como no caso do mensalão, os descasos com a saúde, com a educação, com os idosos. Gostaria de ressaltar, finalmente, o grande investimento da autora no foco familiar com destaque para as sete aprendizes de leoa, sete heroínas, cada uma a seu modelo, todas vencedoras. É importante remarcar que, embora as sete mulheres, só apareçam nominadas no último terço do livro, a saga da família aparece em toda a sequência; nas crônicas, nos poemas, nas reflexões. A opção da autora por focar nas mulheres da família é perfeitamente compreensível para estabelecer um diferencial dessas heroínas que não se rendem a uma sociedade machista nem ao feminismo radical; um equilíbrio entre a afirmação individual e a opção pelo lar. Gostaria de ressaltar, finalmente, o grande investimento da autora no foco familiar com destaque para as sete aprendizes de leoa, sete heroínas, cada uma a seu modelo, todas vencedoras