Se uma pérola por si só já é valiosa, imagine um colar de pérolas!O mesmo acontece com esta coletânea. Se os textos isoladamente são valiosos, muito mais se tornam quando reunidos em um livro, que se transforma em um japa mala. Ao praticarmos svadhyaya, o estudo dos textos, estamos em realidade fazendo japa, ou melhor, ajapa-japa, repetindo e repetindo Soham, Eu sou Ele, Eu sou Ele, Eu sou Ele.Visão Tântrica da Vida é também uma guirlanda de flores, pois nos remete à beleza da vida. Em última instância somos nós, cada um de nós, que estamos sendo descritos – à maneira tântrica – nesta misteriosa e indescritível jornada.Acho interessante e curiosa a presença das “Gotas de Sabedoria” interligando todos os textos. Talvez queiram nos mostrar que este conhecimento é do Homem, ou melhor, que este conhecimento é o Homem. Destaco também a presença dos textos de outros autores. Paulo não hesitou em incluí-los em nosso proveito, leitores ávidos de conhecimento. Considero, aliás, essa atitude prova concreta da grandeza do autor, que vive acima da fogueira das vaidades.Por tudo isso, o Visão Tântrica da Vida é uma fonte de luz e sabedoria. É impossível terminar sua leitura sem pararmos para reavaliar nossas vidas. Até mesmo nos momentos em que não compreendemos claramente a mensagem do autor, ainda assim, ou talvez principalmente aí, somos instigados ao autoquestionamento. É bom que isto ocorra, pois é no Silêncio e no Vazio do saber que reside a verdade.Aliás, uma pergunta crucial: quem é esse que (pensa que) sabe? Não por acaso o Shiva dançarino inicia triunfante o livro, mostrando-nos que é a sua dança que cria este mundo e que será também através dela que o reencontraremos para finalmente percebermos que nunca nos separamos.Recomendo este livro tanto para sadhakas, estudiosos e buscadores da Verdade, como para o leitor leigo que está se questionando acerca do significado dos valores da vida. Para todos será uma leitura agradável e instigante.