Escrevo porque preciso.Claro que gosto que leiam meus escritos.Mas este escrever que me refiro, é o meu próprio desenho que quando faço me desfaço.Tem o mesmo sentido do partilhar: começo falando o que decidi falar e, aos poucos vou me perdendo do sistemático e entro no caótico, sem método, anárquico, me ouço e me assusto com o que disse assombrado comigo mesmo, só agora percebendo o que fizera. Entendo-me.Falo a ti que me lê. Como não poderia querer que me lessem?O papel é meu parceiro e minha segurança, e tu também. Sigo as regras: só falo de mim mesmo, e não sou dedo-duro, só partilho essas coisas contigo. Mas tu podes fazer o que quiser, eu sigo as regras porque quero assim, não é uma regra seguir as regras. Tu fazes o que tu queres.Escrevi aqui neste livro o que passou em mim em diversos momentos e que suscitaram elementos novos de vida.A cada texto fui me encontrando ou desencontrando, construindo ou descontruindo, fazendo e me refazendo, muitas vezes com dores, outras vezes com prazeres, todos vitais pra eu ser o que sou, até agora.Nada que aqui está te assombrará muito, eu creio, nem também te fará ficar inerte, minha intenção primária é ir a ti com o amor da minha vida vivida e que te faça conhecer-me. Aceito-me e te aceito.E é um prazer encontrar-te.