Ansiedade, substantivo feminino designado quando há um grande mal-estar físico e psíquico, aflição ou agonia. Caracterizada por um desejo veemente e impaciente que gera falta de tranquilidade. Insurge no coração quando da expectativa de alguma incerteza ou perigo indeterminado, e diante do qual o indivíduo se julga indefeso. Um sentimento que é considerado por muitos como o mal do século. No entanto, essa consternação, esse desejo ardente por algo inacessível e/ou incerto, esse temor de um futuro desconhecido e assustador é de fato uma emoção antiga. Partindo do Éden, é possível perceber que, como consequências do nosso afastamento da presença do Senhor, perdemos a comunhão íntima que havia lá, e provamos de um rompimento que nos afetou espiritual e materialmente. O homem, que fora feito para usufruir e cuidar da criação, agora labutaria e tiraria seu sustento com fadiga e suor; aquele que poderia buscar a orientação do Senhor na viração dos dias, andaria como cego, tentando discernir sozinho entre o bem e o mal, sem poder agradar o coração de Deus com suas decisões. O homem passou a penar em busca de caminhos oferecidos por sua própria natureza agora corrompida e manchada pelo pecado. Depois da queda, andar ansioso seria um estado permanente para Adão e Eva, pois ambos não sabiam o que esperar do futuro, a não ser pelo Redentor que sairia da sua descendência e esmagaria a serpente (Gn 3: 15). O mundo que os esperava não era mais propício e pacífico; era, certamente, desconhecido e hostil e permanecerá assim até que a Cidade Santa desça dos céus.Precisamos de Cristo para mantermos o equilíbrio de nossas vidas; todavia, sabemos que a presença plena do Senhor somente nos será restaurada em Sua volta. Até lá, viveremos em um estado quase que constante de inconformidade. Estamos no mundo, fazemos parte dele com nossa força de trabalho, criamos nossos filhos, amamos e somos amados, mas sabemos que o pecado marcou duramente o homem e toda criação; por isso, aguardamos o Seu retorno em um esforço constante para servi-Lo e segui-Lo diligentemente. No entanto, há circunstâncias que parecem nos pôr para fora do eixo, inquietam nossa alma e dividem nossas escolhas, desestabilizando qualquer lógica. O coração que antes andava confiante se turva em meio às preocupações e o pensamento não mais se organiza. A ansiedade ocorre exatamente nesses momentos em que perdemos a visibilidade da solução de um problema, quando algo simplesmente escorrega pelas nossas mãos e o resultado torna-se incerto.