Quem escreve ou medita sobre São Francisco de Assis não pode deixar de sentir o próprio coração levitado em êxtase. Comungar, espiritualmente, a alma encantadora do Poverello, poema de céu, numa ação de graça florida e dilatada.E juntamente experimentar a mesma alegria casta e simples do “jogral de Deus”, sonhador e poeta, guerreiro ardoroso, aprisionado e desiludido, que se sentiu enfim senhor de si mesmo no dia em que encontrou o leproso, e o beijou com heróico amor …
Aquele austero júbilo que encheu de luz todas as suas dimensões humanas, coroou-se com fulgores divinos, quando Jesus Crucificado lhe falou na igrejinha de São Damião: – Francisco, minha Igreja se arruína… Vai restaurá-la por mim.
E ele encontrou seu caminho. Seu ideal formoso, feito de renúncia, de trabalho, oração e pobreza. Uma vocação singular. Que lhe ensejaria ensinar a paz, a fraternidade. entre os homens. numa linguagem nova. E cultivar o desapego e a simplicidade, o abandono das riquezas más e a posse amorável de todas as coisas feitas irmãzinhas gentis, as aves e os peixes. o lobo e o ladrão, o fogo e a morte.