Considerando que as internações no SUS representam apenas uma parte das mulheres que provocam aborto no Brasil e que, na ilegalidade, estas internações estão sujeitas a registros incorretos, o AICM propõe correções e ajustes para estimar a incidência do aborto induzido. Serão apresentadas diversas estimativas de aborto induzido nesta obra, para finalmente serem selecionadas as estimativas intermediárias mais plausíveis ao longo da década.
Mesmo com incertezas, o resultado aponta para um grave problema de saúde pública no Brasil, ainda que as estimativas estejam decrescendo ao longo dos anos (746.244 em 2000 e 620.987 em 2010). Neste período a razão de aborto induzido por nascidos vivos (razão de aborto) variou entre 23,7 em 2000 e 21,9 em 2010, enquanto o declínio de abortos induzidos para cada mil mulheres em idade fértil (taxa de aborto) foi ainda mais significativo (15,9 em 2000 e 11,6 em 2010). Estas estimativas sugerem que o aborto continua desempenhando um papel significativo no controle da fecundidade no país, sendo necessário debate público para reformulação de leis e acesso ao aborto legal no Brasil. Leia este livro e fique por dentro do assunto!