Malaco toma Atenas Clássica como objeto privilegiado para o estudo das relações entre a arquitetura e os modos pelos quais uma sociedade encontra a forma de sua constituição e governo. Mostra que no lugar da assembléia dos cidadãos de Atenas havia definições de arquitetura estabelecendo disposições básicas para o funcionamento de sua democracia. O falar-e-ouvir e o ver-e-ser-visto entre os cidadãos, assim como o que seus olhos podiam apreender de sua cidade a partir do lugar em que se reuniam, são estudados como modos primordiais de relacionamento político a que a arquitetura dá formas peculiares ao organizar a materialidade urbana. Trazendo uma contribuição inovadora ao estudo da história política e da arquitetura e em seu cuidado analítico e conceitual, o texto não deixa de ser de leitura fluente, podendo ser apreciado também por um leitor mais simplesmente interessado do que dotado de conhecimentos específicos.