Com uma escrita simples mas rigorosa, Malaco abre a possibilidade de uma melhor compreensão do desenho irregular das cidades por meio do estudo do casario de Atenas Clássica. Revela a forma urbana em sua eficácia própria, ao modo de um conjunto de dados materiais que participam na definição das maneiras de ser e de relacionar-se das pessoas. A partir do que encontra claros princípios ordenadores em um desenho sempre entendido como mera desordem. Liberdade e respeito à regra, igualdade e direito à diferença, solidariedade e conflito — estas aparentes oposições — são lá mostradas resolvidas. Desenho apreensível por nosso mediano entendimento, não haveria motivo para dizê-lo irracional. Para o estudante, é um texto de leitura fluente onde terá oportunidade de aprofundar ou complementar autores como Benevolo, Coulanges, Morris ou Ward-Perkins; para o estudioso, possibilidade de repensar temas recorrentes a partir de princípios mais seguros.