Casada, mãe de seis filhos, dona de casa perfeita e com um futuro estável pela frente, Ignez Baptistella rompe barreiras quesufocavam seus sonhos e o desejo por liberdade e conhecimento.Vista como louca, chega a internar-se voluntariamente num sanatório para doentes mentais. Sai um mês depois para viver a vida adiada. Conhece o mundo, imerge em novas culturas, enfrenta sua solidão.Da elite da pequena cidade de Araras, no interior de São Paulo, deixa o casamento de trinta anos e vai para Londres, onde sobrevive como babá, governanta, passadeira, cuidadora, até conseguir seu certificado de proficiência em inglês pela Universidade de Cambridge. Estuda, conhece outros países e desfruta experiências inesquecíveis, que incluem uma apresentação privada do pianista Arnaldo Cohen, em um dos seus momentos como trabalhadora doméstica.Agora, perto de comemorar seus 80 anos, Ignez conta sua história a partir da Fazenda Pinhalzinho, onde nasceu. Uma história com início comum às mulheres da época, cidadãs tratadas como de segunda classe, preparadas basicamente paraCom um estilo preciso e linguagem sincera, Ignez nos conduz como caminhantes por sua história, cujos personagens, ambientes e detalhes desde a infância, como o prometido suicídio do avô, revelam o estilo e o pensamento de uma época,contra o qual se rebelou, e a força de uma mulher disposta a traçar o próprio caminho.Ignez Therezinha Baptistella nasceu na Fazenda Pinhalzinho, município de Araras (SP), em 9 de agosto de 1930.Foi casada com Francisco Graziano Filho, com quem teve seis filhos. Formou-se professora primária pelo Colégio São José, de Limeira, em 1948. Residiu em Londres por nove anos e meio, onde trabalhou e estudou, licenciando-se em Língua Inglesa, idioma que passou a lecionar. Também atuou como jornalista, assinando colunas nos jornais A Cidade, Tribuna do Povo e Opinião, de Araras.