Da Vanessa Trajano, eu leitora, nada crítica e muito menos acadêmica, percebo a polaridade que há nas suas linhas, entrelinhas e entrelaços. Em seu (livro) ou em suas “Mulheres incomuns” se faz preciso laçar as intenções e densidade existencial daquela que se encolhe no sofá a observar o movimento da outra, que “ávida (busca a vida) do lado de fora”. É melhor e mais seguro e/ou profundo ficar, “tempestuosa no lado de dentro”, na representação da existência, por meio da linha, do que sair dos trilhos, como faz a “Trajano”. (é necessário ler o livro…).O livro me remete, intuitivamente, à “beat generation”, pena que demoramos muito para reconhecer a participação das mulheres que assinavam a produção literária desta geração. Enquanto isso, aqui e agora, Vanessa Trajano e suas personagens experimentam o incomum: “Os lábios finos, esses os mais perigosos”. Para a maioria, um lábio carnudo melhor seria.
Marleide Lins