E se os nossos segredos mais bem guardadose nossos pecados mais mundanos escapassem para o mundo?
Aos pés da serra, incrustada ao redor de um lago de águas escuras, fica a pequena Arroio dos Perdidos, habitada por gente comum, capaz das bondades mais corriqueiras e das vilanias mais ordinárias. Três famílias que dividem poder e dinheiro sujo da cidade como piratas dividindo a pilha. Na noite anterior ao aniversário da cidade, o homem de confiança das Três Famílias tem a grande idéia: roubar a cruz de ouro da igreja, símbolo do renascimento da cidade, reconstruída das cinzas, décadas antes. Aos poucos, sua pequena troça se revela o estopim de desastres sem fim. De uma hora para outra, os velhos segredos de morte e pecados sem perdão escondidos nos porões da cidade começam a escapar por entre as malhas finas da realidade.
Pequenas traições tornam-se conspirações avassaladoras, destruidoras, mortais. Fogem do controle, consumindo o Arroio num crescente de loucura e perdição. Alguma ligação sobrenatural com o roubo da cruz? Fantasmas do passado cobrando dívidas impagáveis?