A Universidade Popular de Ensino Livre foi um projeto de um grupo de anarquistas do Rio de Janeiro em 1904 que tinha por objetivo a instrução dos trabalhadores. Esta experiência educacional aconteceu na Primeira República, no momento considerado como de formação do mercado de trabalho na capital, mas também como um período de efervescência política, principalmente no que diz respeito às lutas sociais amplamente organizadas e travadas pelos trabalhadores nas ruas e nas fábricas. Para os anarquistas, a educação tinha um importante papel na formação do indivíduo, o que garantiria a transformação profunda da sociedade. Experiências como esta, que permeiam o cenário político altamente excludente do período, porém por vias não dominantes, são importantes na tentativa de melhor compreender o momento, marcado por tensões e conflitos, e caracterizado pelas diferentes disputas pelo poder.