O primeiro verso é dúbio e belo. Significa orientação na noite e orientação por “rei” – “estrelas” são ao mesmo tempo corpos celestes e líderes: guias – estrelas que se refletem mutualmente. Líderes guiados por estrelas e, estrelas que são, guiam.
E há todo tipo de estrela – decadente, intensa… há na música, na literatura, no futebol, no cinema, nas artes, nas ciências, na fé e política, na internet… e astronautas orbitam a terra.
O que não significa dizer que os guias sejam iluminados – se há os que, no Ocidente ou no Oriente, dentro da noite, guiam para a luz, há os que fazem o movimento contrário e: guiam para as trevas – ou lutam para não sair delas. “Dia à noite, essa ao dia a apelo e oração”.
E nem um nem outro se reduz a guias. Os povos orientais e ocidentais são constelações do sistema solar: brilham na lua, luzem na terra – e são livres para contrariar, ou se não são livres, contrariam e se libertam..