“A modernidade transformou os sentidos e conferiu ao homem o domínio de várias facetas do mundo da vida, com a ampliação da ciência, contudo, ainda há espaços que ela não abarca e ainda continua a perguntar. De onde viemos? Para onde vamos? O certo é que não sabemos e se não sabemos apelamos para as conjecturas da subjetividade dos mundos desconhecidos. A morte é um deste espaços. Ela é a mais radical de todas as experiências, porque é pessoal, única e intransferível e vem sem manual para que possamos decifrar e entender melhor. O filme A partida (2008) é uma dessas possibilidades a tratar deste tema obscuro. Talvez queira dizer que não podemos compreender os mistérios da morte, devemos é desfrutar todos os momentos que fazem parte do coração da vida. O cinema e os filmes trazem um grande potencial educativo e pedagógico para aguçar a sensibilidade sobre a morte e o morrer, mas igualmente sobre a vida e o viver”.