Este é um dos contos que fazem parte da antologia “Histórias de Rosalina Bravura”, ainda a ser publicada. Nela, dona Rosalina narra causos fantásticos nascidos do olhar místico do sertanejo sobre o mundo que o cerca, sempre em busca das respostas que ainda não tem. Ou de uma melhor – afinal o que sabe a ciência distante sobre os segredos do sertão e de Deus? Qual a melhor das belezas? Qual o menor dos pecados? De onde vem a zanga do tempo? E as lágrimas da terra?Entre as rachaduras do chão e das mãos, nos olhos aquém da cortina de areia, os mistérios são decifrados. E sorridos. E chorados. E vividos. E propagados E desacreditados. E esquecidos. E perdidos.Até o reconto do conto.
————————————————————————————————————————————- Heitor e sua família resistiam bravamente ao sertão piauiense até o dia em que as intempéries levaram uma de suas filhas. Cândida não hesita em dar o ultimato ao marido: ela e seus filhos não passariam mais um dia sequer naquelas terras que exalavam morte.O homem já trazia a trouxa de roupas sobre o ombro quando viu o que interpretou como o maior dos presentes de Deus: uma flor desabrochando em seu jardim. Diante de todas as impossibilidades, da relação nascida entre os dois floresceu a maior lição sobre beleza que Heitor poderia levar desta vida.