“No futuro, todos serão escritores. Oito, nove, dez bilhões de escritores, ávidos por serem lidos, comentados, debatidos, rejeitados. os escritores pagarão pequenas fortunas para os leitores que se disponham a lê-los e comentá-los”. Neste ensaio breve e instigante, Aurélio Pinotti retraça o legado do (não) artista francês Marcel Duchamp, desvelando sua influência em campos evidentes (a arte contemporânea) e não tão óbvios (a recente vitória do programa de computador AlphaGo sobre Lee Sedol, o mercado de livros atual e futuro). Se a tese defendida por Pinotti se sustenta, chegamos definitivamente ao século de Duchamp, uma época de mudanças ainda mais radicais do que as ocorridas durante a vida do (não) artista francês.