Após assistir de perto o assassinato do Presidente da República, em plena descida da rampa do Palácio da Alvorada, nosso herói, que tenta perseguir o assassino, é confundido com este, perseguido e finalmente preso.
Como foi agarrado com a arma do crime nas mãos, confirma-se a confusão, a troca entre testemunha e criminoso. Depois de condenado num processo injusto, é enviado para uma prisão de segurança máxima, onde foi construída uma cela subterrânea para que ele nunca mais tenha contato com o mundo externo.
E é justamente essa característica de ser uma cela subterrânea que permite sua fuga espetacular através de túneis e galerias por baixo de uma floresta tropical. Como se havia passado um bom tempo desde sua condenação, nosso herói precisa atualizar-se sobre a situação do país, que é catastrófica. Para isso conta com o encontro fortuito com um padre que lhe transmite as informações.
Reina o caos, há um enorme vazio de poder e inúmeros grupos políticos e guerrilheiros tentam assumir o mando da nação. O ditador atual governa dentro de uma Patamo da polícia, depois de haver abandonado o palácio, com medo dos atentados.
A nosso herói só resta a alternativa de investigar o assassinato do primeiro mandatário a fim de provar sua inocência e poder voltar à vida normal.
Mas não há mais vida normal no país.
É o que mostrará sua investigação que o levará através de mistérios linguísticos, semânticos e policiais inimagináveis. Suas primeiras pistas são palavras. Palavras escritas em panfletos e lançadas ao ar, ou sussurradas no momento do magnicídio. Qvino, fulvidas melenas tíbias…
Porém a cada revelação do significado das palavras, mais se adensa um mistério que parece não ter fim. A tal ponto que, em determinado momento, nosso herói chega à conclusão de que talvez o melhor fosse assumir um assassinato que não praticou. Resolveria todos os problemas.
Quando, enfim, está prestes a descobrir o significado da palavra Qvino, numa investigação em que conta com a ajuda de seus dois melhores amigos, nosso herói procura convencer os outros dois de que talvez o melhor seja mesmo eles nunca descobrirem o assassino. Porque, naquele ponto, a investigação se tornara meta de suas vidas. Era seu trabalho, seu meio de vida.
Quando resolvem o dilema, se veem diante da conspiração mais insólita que algum dia já se espalhou pelo planeta.