Daniel Deföe é o autor de duas obras que se eternizaram pela exuberância da imaginação: “Moll Flanders” e “Robinson Crusöe”.Deixou, além disto, narrativas curtas, de caráter fantástico e exemplar, que ilustram o extenso ensaio “An Essay on the History and Reality of Apparitions”, publicado em Londres no ano de 1728.Uma delas, "O fantasma acusador", exerceu influência em célebres escritores posteriores. O mote da narrativa ― o peso da consciência que obnubila a razão de um criminoso, e o induz à confissão, quando é certa a impunidade ― será retomado quase cem anos mais tarde por Charles Dickens, no conto “Confissão encontrada numa masmorra na época da Carlos II”, e por Edgar Allan Pöe, no célebre “O coração denunciador”.Em "O espectro e o salteador", um salteador de estradas assalta o que supõe ser um rico comerciante de gados. Em verdade, depara-se com um ente maligno que lhe prenuncia o terrível e inexorável destino.No conto “O Diabo e o relojoeiro”, um homem faz de si o próprio verdugo por instigação do demônio que, iludindo os que poderiam socorrê-lo, procura garantir a consumação do ato nefando.Tradução de Paulo Soriano.Leia mais