Esta obra analisa uma imensa quantidade de relatos de viajantes cristãos dos séculos XIII ao XV sobre as mulheres de outras culturas, especialmente da China, Mongólia e Índia, e traça uma linha que dá significado ao modo como eles as viram e a seus costumes. A autora observa que, embora tenham lançado para as estrangeiras um olhar apenas “enviesado”, sem as pretensões dos letrados de moldá-las aos ditames da cultura ocidental, aqueles homens só puderam vê-las a partir de um mesmo referencial, o da fé cristã, e comparando-as às conterrâneas: “Essas pinceladas […] dizem certamente menos sobre as mulheres dos outros do que sobre as conhecidas e modelares dos próprios viajantes, […] dizem mais sobre o que os viajantes projetavam para suas mulheres ou conheciam como próprio delas do que sobre os hábitos, costumes e feições das mulheres de lá”.