Capitão-Mor desta nau desgovernada, escrevo a Vossa Alteza do deslumbre que me causa a visão desta terra nova e desabitada, virgem dos olhos de seres como eu, acostumado que estou às multidões dos meus fantasmas.
Até aqui aportar, naveguei mares revoltos, sem farol a me avisar dos rochedos que encobrem meu coração náufrago. As poucas estrelas que desafiavam o véu pesado das nuvens que me cobriam não brilhavam, mas antes escarneciam e lançavam sobre minha cabeça vitupérios dignos de um padre senil. Assim, tem início o testemunho de um Templário que parte na noite sombria em busca do seu maior tesouro. Encante-se com o misticismo e a poesia que se derramam em prosa nesta carta cujo destinatário pode ser você.