No vidro molhado de uma janela, o aparecimento de um bichinho estranho e inqualificável dá origem a uma aventura multidimensional. Como pano de fundo, a aldeia, que se desdobra depois em diversas aldeias, numa multiplicidade de espelhos que reflectem as lendas, os mitos, os receios e o sentir coletivo do mundo rural. “A Aldeia Suspensa” é uma história fantástica, que ora se aproxima do realismo mágico de um García Márquez ora cai no ambiente de fábulas e alquimia dos antigos romances de cordel. Como pano de fundo, uma aldeia e um certo fervor religioso e místico que vai se desvendando à medida que passamos as páginas; os personagens são todos especiais e com perfis muito específicos, e a narrativa é labiríntica, ao ponto de nela nos perdermos facilmente, facto que acaba por proporcionar diversas leituras e um olhar sempre renovado, como se o próprio leitor navegasse entre dimensões.