“A ciência pode explicar muitas coisas deste mundo; pode um dia explicar tudo o que é realmente o mundo dos fenômenos. Por que é que alguma coisa realmente é ou existe, a ciência não sabe, precisamente porque nem sabe fazer a pergunta” (Etienne Gilson)A presente obra propõe, sem sectarismo ou proselitismo, um diálogo entre as razões para afirmar que falar de Deus não é delírio, mas expressão da necessidade humana de buscar o sentido final da própria vida.Este livro visa esclarecer um pouco sobre o que é e o que não é este instrumento poderoso de pensar que é a analogia. Pensar analogicamente é afirmar que a razão não está presa, por um lado, aos limites da ciência positiva, com sua compartimentalização do pensamento em espécies e gêneros. Tampouco se reduz, por outro lado, a uma fala metafórica, poética, simbólica, vazia de conteúdo racional, limitada a despertar sentimentos e traduzir experiências subjetivas. Pensar analogicamente é poder falar de modo coerente e verdadeiro sobre aquilo que se encontra entre um e outro destes limites extremos – é aí que se encontra a possibilidade de falar sobre Deus.Caminharemos pelo pensamento do Cardeal Tomás Cajetano de Vio, com sua abordagem lógica sobre a analogia, não superada até hoje. Fundamentada na melhor tradição tomista, ele apresenta a analogia como um instrumental de pensamento essencial para que pensemos e falemos sobre Deus, hoje, fazendo-o de modo a respeitar tanto a Revelação quanto a razão humana.