O tempo está no centro das preocupações do indivíduo contemporâneo. Vivemos na sociedade da pressa e da penúria de tempo, do produtivismo, do timing preciso e do multitasking. Nesse contexto, a lentidão começa a ser cada vez mais desejada e valorizada socialmente. Assim, formou-se nas últimas décadas um quadro sociocultural que opõe duas éticas, que são também duas “est-éticas”, a da aceleração e a da desaceleração, e duas formas de encarara o consumo. Mas será que na vida real cabe uma escolha exclusivista entre elas? Neste ensaio, resultante de um estudo desenvolvido pelo escritório de tendências Observatório de Sinais, seu diretor, o sociólogo Dario Caldas, apresenta o perfil do consumidor “crono-sensível” e mostra como as experiências temporais contemporâneas estão mesclando velocidades e ritmos, acelerações e desacelerações, levando a uma verdadeira reinvenção do tempo. O impacto dessa nova sensibilidade temporal cria oportunidades de mercado e já se reflete em algumas estratégias de produtos, serviços e marcas, apresentadas e discutidas pelo autor.