Doxa todo mundo tem. Alguns mais, outros menos. Os moderninhos dizem ser heterodoxos, já os conservadores, apesar de não admitirem, são ortodoxos. Doxa demais, atrapalha, e, não raramente, coloca os mais afoitos em contradição. Doxa de menos, pode ter efeitos devastadores, o que alguns especialistas costumam denominar de introversão. Doxa boa é aquela na medida certa, na hora certa, e no lugar certo. Doxa equilibrada, é sinônimo de sensatez. A doxa dos famosos é respeitada, a dos miseráveis, ninguém quer saber. A doxa está na origem de boa parte das desavenças. Quanto é critica demais, fomenta discussão, acirra ânimos, provoca barracos, destrói quarteirões, e, algumas vezes, nações.
Os mais entendidos – os filósofos – alegam que a doxa não é ciência nem ignorância, é algo intermediário. A doxa, é o fruto da nossa capacidade de julgar as “aparências” e, o modo natural de acesso ao mundo do devir, por isso, não pode ser menosprezada. Não obstante, um verdadeiro filósofo, não pode ser amigo da doxa. Se na doxa não há propriamente um saber, tampouco há uma ignorância absoluta, mas, se se apoia em boas razões, a doxa, pode se aproximar muito do verdadeiro conhecimento.