Romance de viés épico e histórico, que retrata a invasão holandesa nas Capitanias de Parahiba e Pernambuco, sobrepondo a fatos verídicos uma trama ficcional verossímil.O enredo compõe-se de duas partes a saber:
A primeira enfoca a travessia oceânica da frota batava com o propósito de invadir o nordeste brasileiro e criar aqui um duradouro entreposto da poderosa Companhia das Índias Ocidentais para explorar basicamente a promissora indústria açucareira. Põe em relevo outras travessias bem mais penosas que a militar, a exemplo dos traficantes de escravos brutalmente confinados nos porões fétidos dos navios negreiros. Mostra as lutas sangrentas envolvendo interesses diversos entre índios, portugueses e holandeses, assim como a formação de uma consciência de brasilidade em consequência da miscigenação das três raças: o branco, o preto e o silvícola.
A segunda parte compõe-se de uma nova trama sobreposta aos mesmos cenários da primeira, porém adiantados no tempo em trezentos anos. São personagens ribeirinhos e litorâneos do nordeste brasileiro no cotidiano dos seus dramas decorrentes do enfrentamento dos perigos oceânicos. Seus costumes, suas atividades cotidianas, os medos, a chegada das grandes invenções como o trem de ferro, o telégrafo, os navios, os hidroaviões, enfim a grande corrida visando a integração do território nacional. No mesmo romance e no mesmo cenário, dois tempos e duas tramas que conduzem o leitor a refletir e comparar situações históricas bem diferenciadas, porém sem perder o fio condutor da causa e efeito que as liga temporal e espacialmente.