Na obra El burlador de Sevilla, ainda podemos perceber a ideiabarroca do justo m a uma desenfreada vida de prazeres, na morte deDon Juan, que não deixa de ser, neste sentido, uma parábola dajustiça celeste sobre o inexorável castigo de um libertino. Mas a mortenão se apresenta com a serenidade epicurista de uma obrarenascentista, nem com a serenidade, própria de uma aceitaçãotranquila, característica da Idade Média, nem, ainda, faz uma heroicaapresentação, como deve ser a de um herói medieval, mas reete otema medieval herdado com a rebeldia dos prazeres renascentistas.Essa obra se situa na linha do jovem nobre, rico, sensual, rodeadode criados, que se encontra à noite com uma jovem, no restritoambiente de seu “huerto”, como aparece na Celestina, e se debruçana louca carreira insaciável barroca, numa paisagem em aberto, demar brilhante e movimentado, com suas ondas batendo nosrochedos, navio afundando e jovens quase afogados, ou nos verdese oridos campos, ou ainda nos grandiosos templos escuros.