No presente estudo pretendemos chamar a atenção para a necessidade de olhar a sociedade contemporânea, procurando compreender a sua racionalidade com base nos factos que podemos observar e analisar, para lá das ideologias e dos discursos panfletários que procuram convencer, mais do que esclarecer. Esquece-se quase sempre que tanto a democracia, como os Direitos Humanos, como o direito de voto, como a igualdade de género, como a liberdade de expressão, como a segurança social, são fruto, não de uma benesse da “economia de mercado” mas foram conquistados ao longo do século XX pelas lutas operárias e camponesas, pelas greves e manifestações, pelas forças sociais que a “economia de mercado” sempre utilizou apenas como mão-de-obra necessária à criação de mais-valia, essa sim, não partilhada nem “democratizada”,