A espiritualidade é um traço característico da espécie humana, desde os seus primórdios. A neuropsicologia descobriu recentemente que a espiritualidade está geneticamente presente na mente humana, como uma característica biológica. A espiritualidade humana evoluiu de uma religiosidade primitiva para o cristianismo, a adoração a um único e verdadeiro Deus. Entretanto, o mundo pós-cristão marca o surgimento e a expansão de uma espiritualidade neopagâ, profundamente humanista e personalizada, que exclui o sagrado e elege o conhecimento como salvação.
Nos primórdios da civilização, o homem não fazia distinção entre o conhecimento natural e a sua espiritualidade. Filósofos gregos como Platão e Aristóteles, como também os primeiros cientistas, como Newton, Pascal e Kepler, consideravam o conhecimento da natureza intrinsecamente ligado à realidade espiritual. A ciência na verdade desenvolveu-se a partir da devoção religiosa das civilizações da antiguidade pela astronomia e a astrologia.
Ciência e espiritualidade tornaram-se polos opostos a partir do movimento iluminista, no século XVIII. Esse divórcio surgiu a partir da formulação da metodologia científica, durante a Idade Média, por filósofos como René Descartes e Francis Bacon.
A partir de então, criou-se o mito de que ciência e fé são inconciliáveis e deflagrou-se uma verdadeira guerra entre partidários de uma e outra área de conhecimento, na qual a Igreja foi considerada a maior vilã. Entretanto poucos sabem que a ciência como a conhecemos hoje deve o seu desenvolvimento ao empreendimento da Igreja Católica e de cientistas islâmicos, que preservaram, difundiram e desenvolveram o conhecimento científico clássico.
A maioria dos cientistas atuais confessa serem ateus ou, na melhor das hipóteses, agnósticos. Entretanto, um número cada vez maior de cientistas de renome que creem na existência do Deus bíblico e não veem qualquer conflito entre a fé e a razão. Uma nova ciência está nascendo, uma ciência que resgata a dimensão espiritual da realidade e a incorpora ao contexto da eterna busca humana pela sabedoria, o verdadeiro conhecimento.