Neste romance hilário sobre um professor permanentemente confuso entre os instintos, o afeto e o intelecto, Philip Roth apresenta o retrato de um mundo em que todos parecem divididos entre o desejo mais livre e as imposições da civilização. Publicado em 1977, O professor do desejo – agora em nova tradução – é uma espécie irônica e devastadora de romance de formação. A juventude, os anos na universidade e a descoberta – atribulada e frequentemente tragicômica – da sexualidade do acadêmico judeu David Kepesh são observados por Philip Roth com maestria narrativa e profundo senso cômico.Filho do proprietário de um hotel numa região muito popular de veraneio entre os judeus de classe média de Nova York, Kepesh trava contato ainda na infância com o inesquecível Herbie Bratasky, espécie de “faz-tudo” artístico do estabelecimento: crooner de orquestra, mestre de cerimônias e cômico que não se furtava em fazer graça dos aspectos mais grotescos da experiência humana. Marcado por essa figura singular, o jovem David cresce e se torna um intelectual brilhante (detentor até mesmo de uma prestigiosa bolsa Fullbright), mas sempre às voltas com inúmeras tentativas de impressionar as mulheres e levá-las para sua cama em lugares tão diversos quanto Londres, Califórnia e cidades do Leste europeu em plena Cortina de Ferro.Narrado com a marca característica dos melhores livros de Philip Roth, tendo a presença obsedante do humor, da sexualidade e da própria literatura como elementos principais do livro, O professor do desejo é uma sátira sem freios do eterno embate travado entre nossos instintos mais básicos diante dos princípios da civilização e da cultura. Personagem tão inesquecível quanto Alexander Portnoy (de O complexo de Portnoy) e Mickey Sabbath (de O teatro de Sabbath), David Kepesh conduz as peripécias desse livro já clássico da literatura contemporânea.